Série especial Mulheres na Ciência, que destaca a história, desafios e aprendizados de profissionais que atuam em posição de destaque na área científica da 3M.

Camila Cruz Durlacher

Como desenvolver uma carreira internacional?


Camila Cruz Durlacher, directora de laboratorios corporativos de 3M para Europa, Oriente Medio y Africa, habla sobre los desafíos de liderar un equipo técnico fuera de Brasil.

Pare e pense: quantas mulheres você conhece em uma posição de liderança na área científica de uma empresa? Pois é: esta é uma peça rara, difícil de encontrar. Camila Cruz Durlacher, 46 é uma delas. Brasileira, química, mestre em engenharia de materiais e mãe de dois filhos, ela desenvolveu a sua carreira na 3M do Brasil, com alguns períodos em posições em outras regiões, como Argentina e Estados Unidos.

Como é ser uma mulher na ciência?
Do ponto de vista de diversidade, a Europa está na frente quando falamos da mistura de culturas, do número de estrangeiros trabalhando juntos, que é algo que não temos tanto no Brasil. Meu primeiro líder aqui era inglês e agora me reporto para um vice-presidente dos Estados Unidos, além de trabalhar com muitos alemães e uma série de pessoas de outras nacionalidades. Agora, quando se trata de gênero, sou a única mulher no Comitê Operacional Técnico.

Assim, percebi que na Europa a mulher tem a mesma dificuldade de desenvolver uma carreira técnica – talvez até mais do que no Brasil. Em geral, o ambiente de trabalho aqui é até menos inclusivo. Há mulheres nestas carreiras, em posições de liderança, mas não é comum.A discussão sobre diversidade está mais avançada no Brasil como um todo, até quando falamos de outras frentes, como a inclusão de pessoas LGBT.

Mulheres na Ciência

No fundo, aqui também há esta expectativa de que a responsabilidade por se dedicar aos filhos após o nascimento é da mulher.

Liberdade e colaboração são ingredientes-chave para inovar


Elaine Faria, especialista sênior de Pesquisa e Desenvolvimento da 3M, fala sobre a persistência e a automotivação necessárias para quem atua na área.

O trabalho de Elaine Faria, 39, como cientista é, em resumo, ouvir muito, desenvolver e entregar boas respostas. Especialista sênior de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da 3M, ela precisa, em primeiro lugar, entender profundamente as necessidades de seus clientes para então ir para a bancada do laboratório desenvolver, testar e validar soluções. “Um dos meus grandes e mais recentes desenvolvimentos foi uma fita crepe usada em oficinas automotivas para isolar a área do carro que será reparada, facilitando todo o processo de pintura e polimento automotivo”, conta.

Elaine não sabe ao certo se foi sorte, mas diz nunca ter sentido qualquer discriminação no meio científico por ser mulher. Ainda assim, ela entende que há algumas barreiras que precisam ser superadas. “Sempre fui muito respeitada e senti que tenho espaço para crescer. Por outro lado, sei que há alguns desafios: na 3M, por exemplo, no nível mais elevado de cientistas no mundo temos algumas poucas mulheres entre mais de 40 homens”, diz, lembrando que a busca por igualdade neste espaço já é algo em que a companhia tem concentrado seus esforços. “Acredito que temos que ter a coragem para seguir mostrando o nosso valor e ganharmos o espaço que é merecido”.

Elaine Faria
Mulheres na Ciência

Sinto um prazer enorme em fazer o que faço. Sempre fui curiosa e quis entender o porquê das coisas. Hoje o meu trabalho é desenvolver soluções para as necessidades dos clientes.

Jayshree Seth

Somos cientistas natos ao testar hipóteses desde bebês. fazemos ciência antes de fazer arte


Detentora de 61 patentes, Jayshree Seth, Chief Science Advocate da 3M, fala dos desafios da área e de como é ser a profissional com o mais alto cargo técnico da companhia no mundo.

Uma mulher, indiana e mãe de dois filhos. Se fosse para chutar, este não seria exatamente o perfil mais óbvio para a engenheira e cientista corporativa da 3M, Jayshree Seth, 50. Ao deixar estereótipos de lado, a verdade é que ela é autora de impressionantes 61 patentes e a profissional com o cargo de maior prestígio para uma área técnica na companhia: foi a primeira pessoa a assumir a posição de Chief Science Advocate, criada em março de 2018. É uma espécie de embaixadora global da ciência da organização, que trabalha com a missão de divulgar a carreira na área e colocar fim ao mito de que este é um assunto para poucos gênios iluminados. Ao que parece, Jayshree é fã de desconstruir clichês.

Qual é exatamente o seu papel como Chief Science Advocate?
É algo novo. Fizemos a pesquisa Estado da Ciência que mostrou que precisamos de uma embaixadora para a ciência porque 40% das pessoas entrevistadas globalmente disseram que a vida delas não seria diferente se a área não existisse. Este foi um número chocante para nós. Por outro lado, 82% encorajariam seus filhos a perseguir uma carreira na ciência e 92% gostariam que eles soubessem mais sobre o assunto. Assim, decidimos criar esta posição para valorizar a ciência e derrubar barreiras, como a da diferença de gênero e a necessidade de ter mais diversidade na área.

Mulheres na Ciência

A verdade é que somos todos cientistas natos. Quando bebês estamos sempre tentando descobrir e provar a nossa hipótese, testá-la. Isso é tudo que seres humanos fazem em seu processo evolutivo. Fazemos ciência antes de fazer arte.

Como sair da bancada do laboratório para liderar um time


Marcia Ferrarezi, engenheira química e supervisora técnica dos laboratórios de plataformas tecnológicas da 3M, fala dos desafios que superou para chegar onde está.

Marcia Ferrarezi, 40, trabalha na área de Pesquisa e Desenvolvimento da 3M no Brasil. A engenheira química está há seis anos na companhia e hoje é supervisora dos laboratórios de plataformas tecnológicas e plantas pilotos, uma posição de liderança que a fez sair de trás da bancada do laboratório para desenvolver a visão mais estratégica da área. Ela diz que sua maior motivação no trabalho (e na vida) é aprender sempre, constantemente. “Estar aberta ao novo é o que me movimenta, a minha paixão”, diz.

Marcia reconhece que, para dar o primeiro passo na carreira, contou com a vantagem de não enfrentar um primeiro obstáculo bastante natural às mulheres: a falta de incentivo em casa. “Muitas nem chegam a considerar a formação em exatas por causa disso. Os meus pais são professores universitários de matemática. Cresci e me envolvi nesse ambiente. Sempre quis ser engenheira”, conta.

Assim, depois de aprender muito sobre engenharia de materiais, ela precisa cada vez mais entender sobre gestão de pessoas. Essa mudança de abordagem não é exatamente simples, reconhece, mas Marcia assegura que é bastante gratificante. “Entendi que não preciso estar no laboratório para trabalhar com ciência”, conta. Ela sonha alto – e trabalha pela realização: o objetivo é direcionar a própria carreira para posições cada vez mais elevadas na companhia.

Marcia Ferrarezi
Mulheres na Ciência

Percebi que precisava ter empatia para trabalhar por oportunidades mais justas para todo mundo, independentemente do gênero, crença, orientação sexual, cor ou idade.

Fontes:
3M & Projeto Draft, 2020